Elas fizeram
acontecer o Novo(Ex
1,15-2,10)Leitura da vida Já estamos tão acostumados a ver a
realidade com os olhos contaminados pela ideologia patriarcal que nem
percebemos a novidade de Deus acontecendo, hoje. Assim, deixamos de contemplar
e de nos alegrar com a cumplicidade solidária, consciente e generosa, criativa
e articulada das mulheres em novos espaços da sociedade. Ela vai acontecendo a
partir de dentro de cada mulher e vai sendo realizada nas famílias, comunidades
e na sociedade civil. Dialogando, elas percebem os pequenos sinais que apontam
para alguma possibilidade de cura das pessoas machucadas, esmagadas, colocadas
à margem, sem qualquer chance de uma existência digna. Traçam estratégias e
começam a agir de maneira muito simples, mas têm conseguido transformar pessoas
e situações.
Perguntas
que nos ajudam a interpretar a vida
1)
Como você vê e interpreta o despertar e a
situação das mulheres, hoje?
2)
O que elas estão realizando de novo na sua
comunidade e na sociedade atual?
O texto sobre o qual vamos meditar em nosso encontro de hoje nos mostra
que a libertação dos hebreus escravizados no Egito somente foi possível pela
solidária transgressão das parteiras egípcias, que não cumpriram as ordens do
faraó (Ex 1,15-18). Elas ainda tiveram a ousadia de elogiar as mulheres
hebreias, dizendo que “elas eram cheias de vida” (Ex 1,19). Esta solidariedade
entre mulheres estrangeiras já representa o começo da intervenção de Deus na
história do Êxodo. Vamos ouvir o texto bíblico e ficarmos atentos para perceber
quais foram as ordens do faraó, quais as atitudes das parteiras e qual a saída
que a mãe e a irmã de Moisés encontraram para que ele pudesse sobreviver.
3 – Leitura de Êxodo 1,15-2,10 Perguntas
que nos ajudam a interpretar a vida e a Bíblia
1)
Quais foram as ordens do faraó neste texto? Por
que o faraó manda matar os meninos hebreus e deixar vivas as meninas?
2)
Quais foram as atitudes das parteiras e da mãe e
irmã de Moisés? Sem elas, como ele poderia ter sobrevivido?
3)
E hoje, que poderes estão levando adolescentes e
jovens à morte? Quais são as iniciativas que estão salvando vidas, hoje?
4 – Momento orante Preces espontâneas
Compromisso e oração do Pai-Nosso de mãos
dadas
Abraço da paz
Canto
5 – Organização do próximo encontro Local e data
Texto e tema
Responsáveis pela preparação
Ampliando Solidariedade
e cumplicidade das mulheres na história do Êxodo Moisés não teria sobrevivido, nem
o êxodo acontecido, sem a criatividade e a audácia de Jocabed, a mãe de Moisés
(Ex 6,20; Nm 26,59) e a atenção contínua e corajosa de Miriam que, de longe,
observava e acompanhava o que ia acontecer com o menino (Ex 2,4). A audaciosa
transgressão iniciada pelas parteiras tem sua sequência em ações corajosas da
mãe e da irmã de Moisés, chegando até a filha do faraó (Ex 2,5-10). Dessa
maneira, elas tecem uma história profundamente humana e subversiva da
sobrevivência de um menino hebreu, bem nas barbas do faraó.
Moisés é criado e amamentado pela mãe,
que ainda recebe um pagamento pelo serviço prestado (Ex 2,9-10). Depois do
tempo em que foi amamentado e cuidado pela mãe, Moisés passou a viver na casa
do faraó e recebeu a capacitação necessária para desenhar as estratégias de
saída do Egito (Ex 14). Dessa maneira, em solidária transgressão, as mulheres
decidiram não somente a história de Moisés, mas de libertação de um povo.
Moisés, o menino salvo das águas, é símbolo do novo povo que nascerá da
experiência do êxodo.
Essa audaciosa atuação das mulheres que
enfrentaram o faraó para salvar os meninos hebreus ficou na memória do povo
bíblico. Uma delas, Mirian, continuou assumindo um papel importante na
caminhada através do deserto. Sua experiência e perspicácia conquistaram a
confiança e o bem querer do povo em marcha. Ela, Moisés e Aarão organizaram e
lideraram a difícil e perigosa travessia por uma região inóspita, em direção à
terra da promessa. Embora os três irmãos tivessem funções diferentes, todos
eram significativos para o povo que saía do cativeiro.
O livro dos Números apresenta Miriam e
Aarão criticando Moisés (Nm 12,1) e se perguntando: “Acaso o Senhor falou só
para Moisés? Não falou também por meio de nós?” (v.2). Como castigo por esta
crítica, Miriam fica leprosa (v.9) e Aarão intercede por ela junto a Moisés,
que clama ao Senhor em favor de Miriam. Então, “Miriam ficou confinada fora do
acampamento durante sete dias e o povo não se moveu do lugar enquanto ela não
foi readmitida” (v.15). A reação do povo, recusando-se a continuar a caminhada
pelo deserto sem Miriam, demonstra que ela era muito significativa na marcha
que realizavam em direção à vida e à liberdade.
Esta reflexão pode contribuir para que se
possa descobrir a importância de Miriam na caminhada do povo de Deus, hoje, e a
analisar com mais profundidade as relações de poder e as causas dos conflitos
comunitários e entre as lideranças que conduzem as igrejas, hoje.
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